A trupe brasiliense Companhia Setor de Áreas Isoladas segue temporada do espetáculo A Moscou! Um palimpsesto, na Galeria Dandi, localizada na Rua Barão de Tatuí, nº 17, na Vila Buarque, com novos dias e horários de sessões: terça a sexta às 20h; sábado (sessão dupla) às 17h30 e 20h; e no domingo (sessão tripla) às 11h, 16h30 e 19h, até 4 de dezembro. Os ingressos custam R$40 e R$20 pelo site do Sympla
Novas sessões do belo espetáculo A Moscou! Um palimpsesto na Galeria Dandi (Santa Cecilia Sao Paulo).
Setor de Áreas Isoladas apresenta peça baseada em clássico do russo Anton Tchekhov.
Em 2023 a cia irá a apresentar o espetáculo no Chekhov International Theater Festival, na Rússia.
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A trupe brasiliense Companhia Setor de Áreas Isoladas segue temporada do espetáculo A Moscou! Um palimpsesto, na Galeria Dandi, localizada na Rua Barão de Tatuí, nº 17, na Vila Buarque, com novos dias e horários de sessões: terça a sexta às 20h; sábado (sessão dupla) às 17h30 e 20h; e no domingo (sessão tripla) às 11h, 16h30 e 19h, até 4 de dezembro. Os ingressos custam R$40 e R$20 pelo site do Sympla.
Com dramaturgia e direção de Ada Luana, A Moscou! Um palimpsesto é um retrato questionador sobre a busca da felicidade. Ela parte do clássico As Três Irmãs, do dramaturgo russo Anton Tchekhov, que usava o momento de transformação da Rússia czarista, no começo de 1900, para falar do desejo humano de realização pessoal e a dificuldade de resistir. A diretora está em cena ao lado de Ana Paula Braga, Camila Meskell, Filipe Togawa, Kalley Seraine e Taís Felippe.
A ideia de montar esta adaptação nasceu de um momento marcante e doloroso da diretora. “Estava vivendo um momento pessoal muito difícil, lidando com o fim de um relacionamento, afastada da prática, pensando o teatro apenas na academia e com muita vontade de voltar para o palco. Foi um marco profissional de peitar esse lugar que ainda é tão dominado pelos homens, na direção teatral e na dramaturgia. E foi muito bonito porque foi um processo de empoderamento por meio de um projeto artístico”, conta Ada.
A diretora faz uma releitura da peça clássica à luz dos problemas políticos e sociais do presente, reformulando as perguntas deixadas por Tchekhov em seu texto. Ela bebeu de muitas fontes para criar sua versão do espetáculo. Além da influência de outras obras de Tchekhov, também há ecos do autor estadunidense Henry David Thoreau e do dramaturgo francês Joël Pommerat, além de improvisos das atrizes e dos músicos. A própria palavra palimpsesto surgiu de uma leitura de Pommerat. "Eram os pergaminhos usados em práticas litúrgicas onde se raspava o texto para se poder reutilizar o papiro. Para mim, nós, escritores, sempre escrevemos por cima de rascunhos e textos que já existiram”, explica a diretora.
A música tem um papel importante na composição do espetáculo. Um pianista e um violinista executam a trilha sonora ao vivo, composta especialmente para a peça pelo diretor musical Filipe Togawa. Além de ter feito parte da origem da composição do espetáculo, a música é um elemento importante da própria peça, uma vez que os personagens tocam e têm relação afetiva com os instrumentos.
A proposta cênica também é ousada. À medida que a peça é encenada, é montado também o cenário. Ele começa com objetos cênicos e figurinos que fazem alusão a um ensaio e vai sendo transformado, ao vivo, nos cenários da história. “Quero que o público veja como a gente cria a cena e quebra a ilusão, veja a gente construindo esses mundos e se permitam estar na ficção também. Temos uma proposta de quebrar a quarta parede, entre o personagem e as atrizes narradoras. Fazemos o tempo inteiro esse jogo de quebra e volta”, conta Ada.
Para a diretora, uma das grandes lições da peça é a beleza da resiliência dessas três mulheres fortes, que suportam toda a sorte de opressão e ruína do mundo como conheciam. A arte tem uma relação muito íntima com a vida de três das mulheres que não só encenam a peça, mas também trabalharam para mantê-la de pé. Foi no fazer deste espetáculo que a Companhia Setor de Áreas Isoladas voltou à vida, diz a diretora.
A companhia havia decidido encerrar as atividades em 2012 e feito um funeral simbólico para fechar o ciclo. Mas, quando A Moscou começou a ser pensada por Ada Luana, Camila Meskell e Taís Felippe, todos foram tocados pela peça e decidiram revivê-la. Agora, a companhia voltou a trabalhar em projetos conjuntamente. E foi convidada a apresentar o espetáculo na Rússia, no Chekhov International Theater Festival, em 2023.
Ficha técnica A Moscou! Um palimpsesto
Direção: Ada Luana. Assistência de Direção: Júlia Rizzo. Dramaturgia: Ada Luana, Gabriel F. Elenco: Ada Luana, Ana Paula Braga, Camila Meskell, Filipe Togawa, Kalley Seraine, Taís Felippe. Iluminação e fotografia: Diego Bresani. Cenografia e figurinos: Roustang Carrilho. Direção Musical e Trilha Sonora Original: Filipe Togawa. Músicos: Filipe Togawa, Kalley Seraine. Designer Visual: Gabriel Menezes. Preparação de Canto: Michelle Fiúza. Produção: Taís Felippe, Camila Meskell e Ada Luana. Produção local: Junior Cecon - Plural Produções Artísticas.
Serviço:
A Moscou! Um palimpsesto
Terça a sexta às 20h; sábado (sessão dupla) às 17h30 e 20h; e no domingo (sessão tripla) às 11h, 16h30 e 19h. Até de dezembro.
Ingressos: R$40 e R$20 em https://bit.ly/AMoscouSP
Duração: 90 minutos
Classificação etária: 14 anos
Galeria Dandi
Rua Barão de Tatuí, 17 - Sobreloja - Vila Buarque
Capacidade: 25 lugares
Telefone: 11 96319 2202
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