Teatro- estréias- Artes e Espetáculos- ATÉ QUE A MORTE NOS ENLACE - ESTREIA 4 DE ABRIL - TEATRO RUTH ESCOBAR - SALA DINA SFAT
ATÉ QUE A MORTE NOS ENLACE
SOBRE O ESPETÁCULO Uma tragicomédia bem brasileira, entre o céu e o inferno com uma ditadura no meio!
Embora de maneira (muito) bem-humorada, o espetáculo, com direção de Jacques Lagôa – um dos mais conceituados diretores de teatro e TV do Brasil -, busca relembrar os aspectos antidemocráticos, sombrios e violentos da mais recente ditadura deflagrada no país, a completar exatamente seis décadas neste ano de 2024.
O texto dramatúrgico, do jornalista Ivan Camargo e que já havia vencido o Concurso Internacional de Literatura promovido pela União Brasileiras de Escritores (UBE) em 2011, foi premiado na categoria peça teatral inédita pelo Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (Proac), entre mais de 1.100 trabalhos inscritos, em 2023. Capa de uma das obras inspiradoras do espetáculo Em um suposto “limbo”, o casal Pedro Otávio – apresentador de TV e deputado – e Estela, recém-falecidos, encontra-se com o advogado Tarso Cabral, ex-marido dela e assassinado durante o período de exceção iniciado em 1964.
Confusos, eles têm não apenas de decidir como ficará a situação do “triângulo amoroso pós- -morte” – vez que cai por terra, a “sete palmos”, a ideia de amor eterno -, mas, também, precisam “desnudar-se” em segredos. Não guardar nada obscuro, escondido, seria a premissa para, só então, poderem “ascender” ou “decair” da condição/lugar em que se encontram – hipoteticamente pelo menos, conforme eles próprios avaliam, segundo suas convicções de fé. Para guiá-los, há a “Entidade”, que aponta vários caminhos, entre os quais, porém, não se admite, além da mentira, rancores e vinganças, valores que fazem pender supostamente a balança do juízo contra eles.
Mais que isso, a Entidade, por intervenções pontuais que “quebram a quarta parede”, dirige- -se ao público como se, nesse instante, compartilhasse do limbo espiritual, instigando-o a também confessar seus “segredos pecaminosos”.
Distante do lugar-comum de uma “entidade” espiritual – sem rosto, grande expressividade e paciência angelical -, a Entidade é enfática e jocosa, constantemente causando estranheza ao “trisal” do além. Assim, sustenta, até o final do espetáculo, também um suspense quanto ao “que é” ou a “quem teria sido em vida”.
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De: paulo simone <paulodesimone7@gmail.com>
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