Teatro (Artes & Espetáculos) 2024- Espetáculo Escola Modelo explora os desafios da educação brasileira em nova temporada no Pequeno Ato; Peça dirigida por Fernando Vilela traz em cena Pedro Granato e Letícia Calvosa refletindo as estruturas sociais sob diferentes perspectivas. Espetáculo reestreia em agosto no Pequeno Ato


O espetáculo Escola Modelo convida os espectadores a uma jornada e reflexiva sobre os impactos das ações afirmativas e do racismo estrutural na formação escolar. Com direção de Fernando Vilella e dramaturgia de Bruno Lourenço, a peça fará temporada no Teatro Pequeno Ato de 9 a 30 de agosto, com sessões às sextas-feiras, às 20h30.

 

Através das experiências pessoais dos performers Pedro Granato e Letícia Calvosa, o projeto propõe uma narrativa que atravessa as fronteiras entre o público e o privado, o político e o pessoal. Calvosa, uma mulher negra que enfrentou dilemas sobre as cotas ao ingressar na universidade, e Granato, um homem branco que foi gestor público de formação, refletem sobre como o racismo moldou suas trajetórias educacionais. 

 

“Como estudante negra, sei que a formação escolar é um momento de muitas descobertas sobre o mundo e sobre si. Um momento delicado que, se não for bem experienciado pelo aluno, pode apagar suas potencialidades e história. O racismo estrutural se apresentou pra mim nesse processo com professores sem letramento racial, com materiais didáticos pensados pela branquitude e para a branquitude, sem referências onde eu me visse representada”, conta a atriz.

 


Para Granato, que implementou cotas raciais em programas educacionais e levou escolas para as periferias durante sua atuação no poder público, também é preciso questionar sobre a forma que algumas instituições têm inserido alunos em seus espaços. "Incomoda quando essas mesmas escolas que por décadas segregaram agora buscam, à custa de muito dinheiro, se colocar como pioneiras da luta antirracista. Meu foco central é a defesa de uma transformação estrutural, política de nossa desigualdade racial. E que possamos também aprofundar esse debate encontrando as sombras do processo para não se transformar em algo maniqueísta que serve mais para redes sociais que transformações reais", reflete.

 

A criação do texto partiu de duas forças condutoras, segundo o dramaturgo Bruno Lourenço. “O privado (relatos pessoais, pensamentos, reflexões) e o público (poder público, leis, instituições). Tudo isso permeado pelo discurso de raça e gênero, que atravessa o espetáculo, e a oposição fundamental entre trabalho e sonho (segundo a semiótica discursiva de Greimas)”, explica. 

 

Autores brasileiros importantes como Sílvio de Almeida, Sueli Carneiro, Lívia Sant'anna Vaz e Cida Bento também foram fontes de debates apresentados no texto.

 

A peça se desenrola em uma ambientação que mescla elementos de sala de aula com a linguagem da contação de histórias, permitindo ao público uma imersão profunda nas reflexões propostas. Através do Teatro Épico de Bertolt Brecht, a encenação busca criar um distanciamento que possibilita o pensamento crítico, convidando os espectadores a questionar as estruturas sociais e educacionais vigentes.

 

“Se estamos aqui hoje discutindo a desigualdade racial, o plano de ensino nas escolas, a estrutura da educação, uma pergunta que se lança é: qual o modelo educacional que gostaríamos de ter, que fosse comum a todos, para os próximos anos? O público é parte fundamental da discussão. Pois é a partir dele, pela sua identificação, que podemos elaborar juntos novos caminhos a serem tomados, quanto sociedade, quanto país”, diz o diretor Fernando Vilela. 

 

A cenografia, inspirada no filme Dogville de Lars von Trier, utiliza módulos rotativos que lembram lousas escolares, criando um espaço versátil que se transforma em diferentes ambientes conforme a narrativa avança. Cadeiras coloridas infantis dispostas entre o público reforçam a atmosfera escolar, enquanto os elementos cênicos provocam sobre as relações de poder e as dinâmicas sociais presentes no contexto educacional.

 

Ficha técnica:

Elenco: Pedro Granato e Letícia Calvosa | Direção: Fernando Vilela | Dramaturgia: Bruno Lourenço | Desenho de luz: Ariel Rodrigues | Direção de arte: Fernando Vilela | Figurino: Thais Sakuma | Preparação Vocal: Malú Lomando | Técnico de Palco e Técnico de Som: Victor Moretti l Técnico de Luz: Ariel Rodrigues l l Produção Executiva: Carolina Henriques l Assistência de Produção: Julia Terron e Rommaní Carvalho l Fotos Divulgação: José de Holanda | Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli l Produção e Realização: Jessica Rodrigues Produções e Pequeno Ato l Direção de Produção: Jessica Rodrigues.

 

Serviço:

Espetáculo Escola Modelo

Temporada: De 9 a 30 de agosto de 2024. Sextas às 20h30.

Ingressos: R$ 50 e R$ 25.

Link para vendas https://www.sympla.com.br/produtor/jessicarodrigues

Duração: 60 minutos.

Classificação: 14 anos.

 

Pequeno Ato

Rua Dr. Teodoro Baima, 78, Vila Buarque, São Paulo - SP, 01220-040

Capacidade: 25 lugares. Informações: (11) 94131-3696 Instagram.com/pequenoato

 

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eventos Especiais SP- 6ª FEIRA DO LIVRO JUDAICO EM PORTUGUÊS TRAZ CENTENAS DE TÍTULOS A PREÇOS PROMOCIONAIS. No dia 4 de agosto, evento gratuito contará com palestra sobre Inteligência Artificial Generativa, debate sobre Paz no Oriente Médio, desenhos animados da coleção Micha Gamerman, um dos youtubers mais influentes da comunidade judaica, e contação de histórias judaicas para criançada, além de uma área gastronômica com culinária típica judaica, comida japonesa, sanduíches, doces e sorvetes no Espaço Orá Vessimchá, no Bom Retiro

* Planeta Israel Por Ovadia Saadia- Ato-manifesto em São Paulo alertou sobre os horrores praticados pelo Hamas contra mulheres. Ato fez alertou para a invisibilidade das vítimas que sofreram estupros e mutilações durante o ataque terrorista a Israel em 07/10; Ação levou para as ruas reprodução das chocantes cenas de agressão do grupo extremista à israelense Naama Levy

Arte & Cultura SP_ Sesi apresenta O Vazio da Mala